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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Políticas Públicas devem ser implantadas no combate à violência

A violência traz consigo uma relação entre os gêneros, classe, raça, etnia e suas relações de poder. Muitas vezes causadora de morte, dano ou sofrimento no âmbito físico, emocional, ou até mesmo sexual. Nos últimos anos, muito se tem discutido e argumentado contra a violência, mas toda discussão não tem reduzido os números de crueldade, seja ela contra mulher, jovem, idoso ou transexual. Para combater a violência nesses grupos vulneráveis, é necessário massificar as políticas de enfrentamento, como serviços oferecidos pelo município, governo e instituições para prevenir, denunciar e combater. 

Como forma de orientar políticas públicas mais específicas, as instituições responsáveis pelo determinado grupo vulnerável devem criar guia de prevenção no intuito de proporcionar uma orientação e iniciativas incluindo ações integradas como criação de normas, padrões de atendimento, incentivo a constituição de rede de serviços, apoio de projetos educativos e culturais de prevenção a violência. Vítimas dos grupos vulneráveis pedem políticas efetivas, segundo eles, em Sergipe não existe um trabalho específico. 

De acordo com a transexual Bruna Nunes, vítima de assédio sexual, moral e de atentado, poucas medidas são tomadas em relação às violações. Para ela, Sergipe aponta baixa preocupação com as políticas públicas, por isso buscou um coletivo de mulheres que a ajudou. As violações contra a comunidade LGBT, que engloba Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgênero são motivados por preconceito contra alguma característica da pessoa agredida. O que é um alerta para a falta de políticas públicas específicas para essas pessoas. A Secretaria de Estado da Mulher, da Inclusão e Assistência Social, do Trabalho, Dos Direitos Humanos e Juventude (SEIDH), informou não ter representante para falar sobre políticas públicas LGBT, já o Centro de Combate a Homofobia representado pela assistente social Edna Lima, diz que existem palestras de conscientização em faculdades e escolas sobre a violência LGBT, além das ações contra doenças sexualmente transmissíveis. O órgão atua juntamente com Associação de Travestis e Transgéneros de Aracaju (ASTRA). 

Atualmente, a violência contra a mulher tem sido massificada por ações que crescem cada vez mais através da internet, mas é imprescindível que o estado adote medidas públicas acessíveis a todas as mulheres, que englobam diferentes tipos de violência, como doméstica, sexual, física, patrimonial e psicológica. Uma jovem que foi agredida e não quis se identificar, relatou que durante dois anos sofreu abuso do seu ex companheiro. Segundo ela, durante esses anos nunca recebeu ou presenciou ações de prevenção. A vítima disse ter medo de sofrer mais, caso denunciasse. É esse tipo de ação que os órgãos devem realizar, mostrar para a mulher, o idoso e o transexual que a denúncia é a melhor prevenção que a vítima pode ter. 

A delegada Thais Lemos relatou sobre a política de prevenção relacionada a violência contra a mulher. Para ela, é necessário ter um esclarecimento para as vítimas. “A política que a gente adota é a política da prevenção com o esclarecimento para as vítimas e para as pessoas em geral. A importunando a pessoa configura-se em uma contravenção penal e essa pessoa tem que ser punida na medida da pena que é prevista a respeito desse crime”, explicou a delegada ao ser perguntada sobre as medidas tomadas contra a violência. Em Sergipe, as mulheres podem contar com a Delegacia de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), que realiza atendimentos contra algum tipo de maltrato, ou denunciando 180. 

O presidente do Conselho do Idoso, Manoel Durval disse que não existem medidas efetivas com relação ao idoso, mas que luta para que tenha. “Implementar políticas e propor medidas é a nossa meta. O que vemos são políticas mal colocadas que privilegiam quem não merece e desprestigia quem merece. É preciso diminuir o número de violações com ações que inibam os agressores”, afirmou o presidente confirmando a falta de políticas públicas efetivas.

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