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sábado, 19 de novembro de 2016

Feminicídio: Uma consequência cruel da violência doméstica

A cada meia hora uma mulher morre no estado de Sergipe vítima de violência por causa de gênero. Uma rápida busca nos portais de notícias confirmam este dado. 

Segundo o Mapa da Violência no Brasil, entre o ano de 2003 e 2013, ocorreram 68 mil homicídios motivados por misogenia e isso torna o Brasil o sétimo país que mais mata mulheres no mundo. 

E no estado de Sergipe o número só cresce, foram contabilizados entre 1º de janeiro e 26 de junho deste ano, 1.654 registros de caso de violência contra mulher, e cerca de 867 casos de morte, conforme informações da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM) em Aracaju. 

O crescimento dos casos de violência contra mulher se deu por uma ampla divulgação do que seria a violência em seu ímpeto, reiterando que, a violência doméstica não é algo novo, o que é novo é o entendimento da sociedade sobre esse tipo de agressão. 

A aplicação da norma junto à lei Maria da Penha e às políticas criadas para prevenir e punir atentados, agressões e maus-tratos, em uma demonstração do empoderamento das mulheres e com a ajuda das mídias sociais, que aumentou os números de denuncias e a contabilização de novos casos de violência doméstica. 

A judicialização também fora compreendido como importante para erradicar os casos de violência doméstica, mediante operacionalização da polícia e da justiça para proteger a vítima e punir seus agressores. 

Em contrapartida a esses dados, no estado de Sergipe, ainda existe uma segregação informacional em relação aos casos de feminicídio, foi o que enfatizou a delegada especializada em crimes contra mulher, Renata Abreu Aboim. 

“A informação pública, acessivel e confiável sobre o tema Feminicídio é quase extinta, apesar do número crescente de casos, basta olhar as ocorrências, as mulheres que nos procuram não sabem o que caracteriza a agressão, somente quando os danos se tornam mais sérios, inevitavelmente.” afirmou a delegada. 

Disse ainda, o que caracteriza a violência doméstica. “Entre as principais causas de violência estão as agressões verbais e agressões físicas nas mulheres e nos filhos dessas mulheres.” 
Questionada sobre o enfraquecimento das denúncias, a delegada afirmou que em muitos casos, as agressões se tornam tão corriqueiras, que as mulheres deixam de denunciar. “Nos casos que eu pego, muitas acham essa atitude dos companheiros perfeitamente normal.” finaliza.

A doutora em psicologia da Unit, Milena Batista diz que apesar da violência ser um problema mundial, muitas mulheres ainda não sabem lidar com os companheiros agressivos, e uma das principais barreiras para denunciar, ainda é o medo da morte. 

“Algumas mulheres chegam no consultório ainda na esperança de mudar os companheiros de alguma forma, sem entender o mal que fazem à elas mesmas. Amor algum justifica violência psicológica, e pra muitas delas isso não é tão grave quanto um soco na cara. Nossa sociedade infelizmente, é machista, muitos homens acreditam que a mulheres não podem se manifestar, e elas acabam acreditando nisso, é muito triste.” 

O que caracteriza o Feminícidio e a Violência Doméstica
A violência contra a mulher constitui violação dos Direitos Humanos e das liberdades fundamentais. É um fenômeno que atinge mulheres de diferentes raças, etnias, religiões, escolaridade, idades, gerações e classes sociais. 

O assassinato de mulheres cometido em razão do gênero, são esses: a violência doméstica ou familiar e o menosprezo ou discriminação da condição da mulher. Esse tipo de crime passou a ser chamado de Feminícidio, e foi reconhecido principalmente em março deste ano, com a sanção da lei que o tornou uma qualificadora do homicídio, mas ainda é pouco discutido fora dos círculos segmentados da grande mídia. 

A Lei
Para efeitos da Lei Federal 11.340/06, configura-se violência doméstica e familiar contra a mulher, qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”. A classificação do feminicídio como crime hediondo impede que os acusados sejam libertados após o pagamento de fiança. 

Com informações de: Mapa da Violência Doméstica Brasileira (Regional Sergipe) 

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